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PURO SANGUE LUSITANO

HISTÓRIA DA RAÇA


Puro Sangue Lusitano: origens e evolução

Considerado o cavalo de sela mais antigo do mundo Ocidental, o Puro Sangue Lusitano se originou dos cavalos autóctones da Península Ibérica do período Paleolítico. Domesticados a partir do II milênio a.C., estes animais passaram a ser cruzados com os cavalos berberes que chegaram à região do Norte da África, quando ainda existia terra no estreito de Gibraltar, ligando os dois continentes

Depois deste intercâmbio pré-histórico se registrou um significativo aumento da saída de equinos da Península Ibérica, especialmente durante o Império Romano (264-146 a.C.), período em que milhares destes animais circulavam da África para a Europa, da Europa para a África e por todo o interior europeu.

No entanto, o Puro Sangue Lusitano começou a conquistar em definitivo seu espaço aproximadamente a partir do quarto século d.C. com o advento da cavalaria pesada, introduzida no final do Império Romano. A batalha de Poitiers em 732 – quando Carlos Martel interrompeu o avanço do Islã na Europa – promoveu o início da decadência da Cavalaria Ligeira no Velho Continente, e deu lugar aos cavalos pesados, de tração. Desta fase até o século XVIII o “cavalo guerreiro da Lusitânia” começou a sofrer uma nova transformação que contribuiria, em definitivo, para a formação do Lusitano mais robusto que conhecemos nos dias de hoje.

No século XVI os espanhóis dominaram Portugal, proibindo exportação de equinos, a prática do toureio e, ainda, transferindo para a Espanha todos os animais de guerra que puderam confiscar em Portugal. Deixaram, no entanto, os cavalos de toureio, inadequados para a cavalaria pesada. O fato acabou salvando o cavalo Lusitano.

Com a guerra da restauração (1640-1668) houve um novo massacre da tropa, e quando o conflito terminou a Corte Portuguesa começou a reconstruir a criação local, mas, por ironia do destino, tendo que utilizar os animais da Espanha, únicos cavalos ibéricos sobreviventes. Houve apenas uma exceção em Portugal: os cavalos selecionados pela família Veiga. Foi neste período que Portugal adotou a palavra “Coudelaria” para designar as propriedades que se dedicam à seleção de cavalos.

A criação se intensificou a partir de 1756, quando D. João V submeteu todas as coudelarias à autoridade real.

Vieram as guerras Napoleônicas, e a partir do século XIX a seleção de cavalos como arma de guerra virou prioridade em Portugal e na Espanha, onde os militares estavam no comando da criação. A partir da segunda metade do século XIX a artilharia se aperfeiçoou, surgiram as armas de fogo e os veículos motorizados, provocando o fim da cavalaria para fins bélicos. Este momento histórico da trajetória do cavalo possibilitou que a criação do Puro Sangue Lusitano voltasse a passar por mais um processo rigoroso de melhoramento genético, desta vez com a intenção de produzir um cavalo para tempos de paz.

O Puro Sangue Lusitano voltou a utilizar os antigos processos de seleção, recuperando a pureza racial do cavalo Ibérico. Diferentes coudelarias investiram no aprimoramento de suas tropas, num processo que levou gerações, surgindo, a partir daí, as linhagens básicas do moderno Lusitano.



PADRÃO RACIAL


Conheça aqui as características morfológicas ideais que fazem do Cavalo Lusitano um sinônimo de beleza, nobreza e funcionalidade.


Tipo: Eumétrico (pesa cerca de 500 kg); mediolíneo; subconvexílineo (de formas arredondadas), de silhueta sempre inscritível num quadrado.

Altura: média na cernelha, aos 6 anos: Fêmeas 1,55m e Machos 1,60m

Pelagem: As mais apreciadas são a tordilha e a castanha, em todos os seus matizes.

Temperamento: Nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e sofredor.

Andamentos: Ágeis e elevados, projetando-se para frente, suaves e de grande comodidade para o cavaleiro.

Aptidão: Naturalmente concentrados, com grande predisposição para exercícios de Alta Escola, muita coragem e entusiasmo nos exercícios da gineta ― Combate, Caça, Toureio, Manejo de Gado etc.

Cabeça:
Bem proporcionada, de comprimento médio, delgada e seca, de ramo mandibular pouco desenvolvido e faces relativamente compridas, de perfil levemente subconvexo, fronte levemente abaulada (sobressaindo entre as arcadas supraciliares); olhos sobre o elíptico, grandes e vivos, expressivos e confiantes. As orelhas são de comprimento médio, finas, delgadas e expressivas.

Pescoço:
De comprimento médio, rodado, de crineira delgada, de ligação estreita à cabeça, largo na base, e bem inserido nas espáduas, saindo da cernelha sem depressão acentuada.

Cernelha:
Bem destacada e extensa, numa transição suave entre o dorso e o pescoço, sempre mais levemente elevado que a garupa. Nos machos inteiros fica afogada em gordura, mas destaca-se sempre bem das espáduas.

Peitoral:
De amplidão média, profundo e musculoso.

Costado:
Bem desenvolvido, extenso e profundo; costelas levemente arqueadas, inseridas obliquamente na coluna vertebral, proporcionando um flanco curto e cheio.

Espáduas:
Compridas, oblíquas e bem musculadas.

Dorso:
Bem dirigido, com tendência horizontal, servindo de traço de união suave entre a cernelha e o rim.

Rim:
Curto, largo, levemente convexo, bem ligado ao dorso e à garupa com a qual forma uma linha contínua e perfeitamente harmônica.

Garupa:
Forte e arredondada, bem proporcionada, ligeiramente oblíqua, com comprimento e largura de dimensões idênticas, de perfil convexo, harmônico, e ponta das ancas pouco evidentes, conferindo à garupa uma secção transversal elíptica. A Cauda deve sair no segmento da curvatura da garupa, de crinas sedosas, longas e abundantes.

Membros:
Braço bem musculado, harmoniosamente inclinado. Antebraço bem aprumado e musculado. Joelho seco e largo. Canelas sobre o comprido, secas e com os tendões bem destacados. Boletos secos, relativamente volumosos, e quase sem machinhos. Quartelas relativamente compridas e oblíquas. Cascos de boa constituição, bem conformados e proporcionados, de talões não muito abertos e coroa pouco evidente. Nádega curta e convexa. Coxa musculosa, sobre o curto, dirigida de modo que a rótula fique na vertical da ponta da anca. Perna sobre o comprido, colocando a ponta do curvilhão na vertical da ponta da nádega. Curvilhão largo, forte e seco. Os membros posteriores apresentam ângulos relativamente fechados.